Aos poucos, David Morrell vai se afirmando como um dos grandes super médios
14/11/2022
Jorge Luiz Tourinho
Foto: Bad Left Hook
13 de novembro de 2022
Foi no sábado 5 de novembro, em Mineápolis (EUA), que David Morrell (8-0) manteve, de forma categórica, seu título WBA Super dos super médios. Colocado pelo indispensável site Boxrec na posição 10, vem sendo levado com muita inteligência e comando sobre a entidade sediada no Panamá. Seus adversários foram escolhidos a dedo pela Sampson Boxing entre aqueles que, teoricamente, seu pupilo poderia vencer.
E Morrell os vai detonando com categoria, intensidade e belíssima linha pugilística aliadas a velocidade para bater e se mover. O desafiante desta noite foi o cazaque Aidos Yerbossynuly (escreve-se assim?), então invicto, que foi para 16-1 ao ser derrotado por nocaute técnico no décimo segundo assalto.
O que aconteceu? Um verdadeiro massacre do cubano-americano sobre um oponente apenas bravo sem plano de luta para sair com o cinturão. Ressalto que, mesmo já tendo garantido o triunfo por pontos, Morrell não parou de buscar a via do sono. Pouco apanhou, sobrou desde a campainha inicial. Na minha marcação, Aidos só venceu um round. Inclusive, seu treinador poderia ter evitado o TKO desistindo no intervalo e poupado seu atleta de castigo desnecessário. Já no nono capítulo se avizinhava o caminho da lona. Enfim, na década de 1990 no RJ, existia uma gíria que definia esses técnicos de Boxe que não têm compaixão pelos seus atletas: Treineiro. Era um treineiro que estava na esquina do perdedor. Lamentável.
Aqueles que acompanharam a transmissão da ESPN devem estar – ou ficaram – com a orelha de pé quando o bom locutor Hugo Botelho anunciou ser Aidos o primeiro desafiante da WBA. Como pode isso, Arnaldo? Ou Godinho, ou Servílio, ou Ohata? Parece-me que foi ordenado por algum promotor endinheirado e influente. Lamentável, também. Está virando triste moda a subserviência dos organismos que deveriam ser reitores da modalidade a interesses dos grandes promotores.
Como os outros batidos antes pelo campeão Morrell, Aidos irá desaparecer do ranking e despencar da relação do Boxrec. Para o vencedor, será contratado outro boxeador com bom cartel, mas estudado para prover o The Armory de Mineápolis de outro coadjuvante para seu ídolo.
Preliminares que pude assistir.
Médios – Fiodor Czerkaszyn (21-0) W10 Nathaniel Gallimore (22-6-1).
Aparentemente equilibrado, o cotejo foi um passeio do vencedor. Exibiu excelente linha e movimentação, mas falta-lhe pegada. Nessa divisão, talvez seja um problema para chegar a títulos mundiais que é o que a Sampson quer.
O perdedor atuou de forma confusa. Não sei se ele tem essa característica. O fato é que nada fez para ter o braço erguido. A decisão unânime se deu com 99-91 (2) e 98-92. Meu ídolo e comentarista Servílio de Oliveira e eu anotamos 100-90.
Médios – Brian Mendoza (21-2) KO5 Jeison Rosario (23-4-1).
Outro cotejo com cartéis equivalentes que produziu bom combate. Rosario foi derrubado no segundo tempo e, no meu ponto de vista, se recuperou nos dois episódios seguintes para sofrer o nocaute no quinto. Pelo que vi, Rosario está sonado e deve ser bem observado.
Mendoza é bom boxeador e mereceria um condutor para sua carreira poder ser alavancada. Mostrou experiência quando foi apertado e muitos recursos defensivos.
Foto: Bad Left Hook