Conor Benn brilhou no mega evento da Matchroom

Jorge Luiz Tourinho

15 de dezembro de 2021

Mais um grande evento realizado no Reino Unido pela empresa Matchroom Boxing com transmissão pela DAZN. No sábado passado (11 de dezembro) o palco foi a cidade de Liverpool, Inglaterra.

Na luta final, Conor Benn (20-0) nocauteou o desafiante ao título continental da AMB - que será isso? - Chris Algieri (25-4). Triunfo maiúsculo. Dominou amplamente desde o início. Foi cercando e pegando com vontade de terminar a luta antes da hora. Derrubou no segundo assalto num misto cruzado-cachação e produziu um KO violentíssimo no quarto. Sem dúvida, Benn irá longe. Tem técnica, energia e pegada.

Algieri tentou se mover e golpear mas não conseguiu reverter. Estranhamente, entrou no ringue com uma camisa da seleção argentina. Foi anunciado como norte-americano e me pareceu usar um protetor bucal com as cores da Itália.

Apesar do empenho em trazer adversários com carteis equivalentes, a jornada pode ser definida como a noitada dos carteis enganosos.Todos os contratados pela companhia de Eddie Hearn venceram. Alguns sem perder um único round. Algieri perdeu os três pontuados.

Vamos às preliminares.

Médios - Caoimhin Aguarko (10-0) TKO9 Noe Larios Jr (14-1).

Apesar de estar invicto, Larios muito pouco apresentou. Perdeu todos os oito tempos pontuados. Pelo menos ainda tentou alguma coisa mas foi dominado. O vencedor tem um nome esquisito mas é um boxeador que pode crescer porque tem dinamite nas mãos. Valeu o título internacional da AMB.

Super leves - Robbie Davies Jr. (21-3) KO2 Henry Lundy (31-10-1).

Nada mais fácil essa vitória de Davies. Derrubou no primeiro e nocauteou no segundo. Lundy está sonado e deve parar de lutar. Incrivelmente, a disputa valeu pelo cinturão AMB continental. Será que vale algo?

Super galos - Peter McGrail (2-0) TKO2 Engel Gómez Jr. (8-4-1).

Outro perdedor que nada apresentou. Os recordes permitiram o confronto mas, na prática, não serviu para nada. McGrail é um boxeador de verdade com boa trajetória no amadorismo. Precisa de oponentes de alguma qualidade para que cresça.

Super penas - Joe Cordina (14-0) W10 Miko Khatchatryan (13-1).

Outro que veio ao Reino Unido para receber a bolsa e deixar a invencibilidade. É belga. Pergunto: quem iria dizer que seria um cotejo totalmente desequilibrado para o galês? Boa atuação de Cordina. Tomou o centro do quadrilátero e foi tentando vencer. Para mim fez 10-9 em todos os capítulos. Um juiz também viu assim mas os outros dois deram 98-92. Também estava em jogo o título continental AMB.

Leves - Katie Taylor (20-0) W10 Firuza Sharipova (14-2).

Títulos mundiais AMB, CMB, FIB, OMB, OIB e Revista Ring. Se Taylor tivesse pegada seria disparado a melhor boxeadora da atualidade. Por não ter, joga na longa distância e evita o infight. Confia na sua grande técnica. Contudo, pratica aquele boxe que não empolga o grande público. Não aperta para derrubar, apenas toca para fazer a vantagem parcial.

Sharipova também não tem punch e daí não lhe foi possível partir para o tudo ou nada. Pelo menos foi uma brava e verdadeira desafiante. Perdeu tentando sair com o cinto.

A decisão unânime se deu com: 98-92, 97-92 (foi o que marquei) e 96-93.

Foto: The Independent