Courtenay: “Quando descobri o boxe foi como encontrar meu propósito de vida”

27/04/2021

por Yesica Palmetta (WBA Press)
abril 25, 2021

Uma das lutas com maior possibilidade de ocupar um espaço entre as melhores do ano foi a explosiva Shannon Courtenay vs Ebanie Bridges, do passado 10 de abril onde ambas tiveram uma grande batalha. O interesse do público se despertou desde os momentos prévios tanto na conferência de impressa quanto na cerimônia de pesagem.

Em uma acirrada decisão, a "Assassina com cara de Bebê" Courtenay se consagrou como a nova campeão mundial nas 118 libras da Associação Mundial de Boxe. Não era muito o que se conhecia sobre ambas pugilistas, por isso a equide de impressa da AMB conversou com ela para conhecê-la um pouco mais e saber as sensações por detrás da tremenda batalha desatada entre as cordas no Cooper Box Arena do Parque Olímpico Rainha Elizabeth da cidade de Londres, Reino Unido.

Após a polêmica pesagem com a qual ambas não estavam de acordo, o que você sentiu diante de Bridges após o confronto intenso que desenvolveram?

Não tinha sentimentos ou emoções por ela, me foquei somente na luta. Não me importava o ato de circo que rodeava, meu único foco era ganhar o título mundial da AMB.

Esperava que e a luta se sucedesse dessa maneira?

Ela era mais dura do que pensava, mas disse o tempo todo à minha equipe que chegaria até o final porque sabia que era muito resistente, sabia que minhas habilidades de boxe me fariam ganhar a luta e o fiz.

Em uma entrevista, lemos que você está imersa no boxe para perder peso e parar de fumar. O que o levou a fumar tabaco e a se afastar dos esportes?

Terminei andando com pessoas equivocadas e comecei a me comportar mal e não fazer nada bom. Agradeço a Deus todos os dias que encontrei o boxe e mudei minha vida.

Você jogou futebol por um tempo e começou a dançar também. Por que crê que prosperou no boxe e não em outros esportes?

Joguei futebol a um nível muito alto, mas perdi interesse quando comecei a fumar e beber. Quando descobri o boxe foi como encontrar meu propósito de vida. Sinte que me esforço mais em um esporte individual do que em um esporte de equipe. A pressão recai sobre mim, assim que tenho que desistir, não dependo de meus companheiros.

O que encontrou no boxe que não te aconteceu antes?

Disciplina! O boxe é uma forma de vida, não é só um esporte e me encanta o lado rigoroso do treinamento que me mantém fora de problemas e de bom humor. 

Com o que tem a ver tua mudança de vida e hábitos?

Deixei de fumar, beber, comer mal, de ver velhos amigos que sabia que era uma má companhia para mim. Simplesmente mudei tudo ao meu redor, o que me levou a boas decisões e hábitos saudáveis.

Queria ir aos Jogos Olímpicos mas decidiu deixar esse plano de lado. Hoje, passado o tempo, está contente com a sua decisão?

Sim, muito feliz. Sabia que meu estilo se adaptava mais às categorias profissionais que às amadoras e sabia que era pouco provável que fosse aos Jogos Olímpicos, então apostei ao profissionalismo e a decisão deu seus frutos porque agora sou campeã mundial.

Quais são teus planos para o futuro? Quais são teus maiores sonhos?

Meu maior sonho é ser indiscutível, quero todos os cinturões!

Como vê o boxe feminino hoje?

O boxe feminino está crescendo rapidamente. É incrível vê-lo e ser parte dele! Gostaria que o boxe feminino chegasse aos rounds de 3 minutos e creio que isso beneficiaria muito ao meu estilo de luta.

Que outras atividades pratica?

Além do boxe, gosto da música, da cozinha de moda e passae tempo com minha família e amigos.

O que significa ser campeão da AMB para você?

A AMB é uma associação fantástica e adoro tanto o que fazem pelo boxe feminino que me orgulha estar associada com ela! Já o presidente Gilberto Mendoza me deu uma calorosa recepção à família da AMB e me enviou uma linda carta de felicitação. Tenho a intenção de ser uma grande campeã do mundo por muito tempo e pôr em alto à entidade. Ser campeã mundial da AMB é um sonho feito em realidade, é um título mundial honorável e prestigioso que me sinto realmente abençoada e orgulhosa de ter meu nome nos livros da história do organismo.

Foto: Matchroom Boxing