Espinoza surpreende Ramírez e o mundo e é o novo campeão pena WBO
Jorge Luiz Tourinho
10 de dezembro de 2023
Combate espetacular o que protagonizaram Rafael "Divino" Espinoza (22-0) e Robeisy Ramírez (13-2) pelo título mundial pena da WBO. A transmissão nos chegou pelo canal Combate no sábado 9 de novembro. A cidade de Pembroke Pines na Flórida, EUA, foi escolhida para facilitar a presença de numerosa colônia cubana existente nesse Estado americano.
Foi muito feliz o extraordinário comentarista Daniel Bergher Fucs – outra vez mais – ao considerar apenas uma surpresa a vitória majoritária do Divino. Havia considerado o agora proprietário da faixa pena WBO como azarão me baseando nos oponentes de melhor nível batidos por Robeisy. Abraham Nova (com 23-0), José Matías Romero (com 26-2), Isaac Dogboe (com 24-2) e Sotoshi Shimizu (com 11-1) foram rivais de patamar superior aos vencidos por Rafael no seu México.
Há então algo a considerar: boxeadores com campanhas brilhantes nas divisões mais leves feitas no México devem ser levados em conta como foi Espinoza para a WBO. Existem milhares de lutadores em atividade nesse país e noitadas semanais em grande número.
A luta começou com pequena vantagem do então dono do cinturão. Movimentou-se com velocidade em torno do seu desafiante, muito mais alto e com maior envergadura, e fez valer sua boa linha batendo e caindo fora.
Nos três assaltos seguintes, Espinoza acertou o passo acelerando seus ataques e dominando o ringue com excelente trabalho com o jab de esquerda. O cotejo já era, e foi até o final, emotivo, intenso e muito técnico.
O quinto tempo transcorria como os anteriores nos quais Rafael obteve vantagem. Porém, um gancho de direita na mandíbula o levou à lona. Trôpego, respondeu nos oito segundos e acabou salvo pelo gongo.
Sexto, sétimo e oitavo capítulos serviram para que o bravo e valente azteca mostrasse um coração enorme. Castigado e empurrado para as cordas, foi se movendo como pode e atirando alguns bons contragolpes. Errei novamente! Pareceu-me que o nocaute do compatriota de Canelo seria questão de tempo. Pouco tempo.
A partir do nono episódio, vimos que a questão para Espinoza não era dinheiro. Ou não era somente a bolsa. Ele mostrou para quem quis ver como se deve portar boxeador que disputa título. Mundial, continental ou nacional. Instruído que estava atrás partiu para a curta distância e as trocas mais diretas. E foi conectando bombas na cabeça e no fígado. As vantagens conquistadas me pareceram claras.
No derradeiro round não sei se o cubano estava sem combustível para sair da pressão ou aceitá-la ou se estava sentido dos golpes recebidos. O knockdown propinado por Espinoza decretou o triunfo mesmo que não tivesse acabado com a festa. Ramírez agarrou-se a ele diversas vezes e escapou de perder por KO.
Uma grande luta que teve um surpreendente vencedor. Mais um mexicano a ostentar cinto mundial.
Repito incansavelmente: não serei eu a xingar juízes. Embora o confronto tenha sido duríssimo o achei de fácil marcação. Como expus acima. Os escores foram: 113-113 Efrain Lebron, 114-112 Benoit Russell (o que marquei) e 115-111 Steve Weisfeld (o que pontuou Danny Fucs).
Será que veremos uma unificação entre mexicanos? Luís Alberto López é o campeão FIB. Resta saber se Espinoza assinou contrato com a Top Rank.