Giovani Santillan venceu a guerra contra Alexis Rocha

21 de outubro de 2023

Foram seis memoráveis batalhas que culminaram com a vitória por nocaute técnico de Giovani “Gallo de Oro” Santillan (32-0) sobre o bravo e valente Alexis Rocha (23-2). Venceu aquele que recebeu menos golpes e, consequentemente, conectou mais socos. Quem não pode assistir a transmissão da ESPN no sábado 21 de outubro deve procurar fazê-lo. Dois grandes boxeadores que mostraram intensidade como os melhores pugilistas mexicanos. Ambos são americanos filhos de aztecas.

Santillan, desde o início, mostrou melhor movimentação e dominou o combate. Muito bem preparado pelo pai, Guillermo, e por Robert Garcia. A troca de golpes não foi insana, mas incessante e muito técnica. Rocha talvez devesse mudar sua forma de lutar e buscar o jogo na longa distância evitando as duras trocas nas quais levou desvantagem sempre. Contudo, sua opção foi a de buscar atingir guerreando.

O Galo de Ouro encurtou e botou as mãos. Foi fazendo 10-9 até derrubar duas vezes o valoroso oponente no quinto assalto. A raça de Alexis não fazia ver outra coisa que o nocaute. Voltou bem amassado. Outra vez derrubado no sexto episódio e o bom árbitro Ray Corona encerrou a disputa.

Essa foi a luta final do evento da Golden Boy e da Miguel Cotto Produtions no Kia Forum de Inglewood na Califórnia, EUA. Valeu o título da NABO welter, o braço da WBO na América do Norte. O extraordinário comentarista ESPN Eduardo Ohata considerou que Gio Santillan será guindado à posição número um da WBO. Ele era o quinto meio-médio e Alexis Rocha o primeiro. Em outros tempos, eu escreveria que o ranking seria feito pela Comissão de Classificação. Hoje, porém, digo que Santillan vai para a posição que a Golden Boy mandar.

O cenário dessa divisão é muito promissor. O campeão unificado é o excepcional Terence Crawford (40-0). Há fortes rumores que a revanche com Errol Spence Jr. (28-1) deverá sair antes que se busque outro rival. Outra opção seria a subida para pegar o campeão dos médios ligeiros. Santillan e Jaron Ennis (31-0) estão na espera para possíveis programas milionários.

Preliminares exibidas pela ESPN com geração de sinal pela DAZN.

Título mosca IBF – Gabriela “Sweet Poison” Fundora (12-0) TKO5 Arely “Metralladora” Muciño (32-4-2).

Foi o triunfo da técnica contra a briga. A Metralhadora atirou golpes para todos os lados, mas a irmã da Torre do Inferno se movimentou e contragolpeou com maestria e más intenções. O bom locutor Hugo Botelho percebeu que o castigo não ficaria impune. No quinto tempo, a trôpega ex-campeã foi derrubada duas vezes. Na segunda delas, o árbitro raiz e Hall da Fama Jack Reiss acabou com a festa.

Como o irmão Sebastian, Gabriela é muito alta. Se continuar explorando sua envergadura, poderá reinar por um bom tempo. Devo considerar, também, que Muciño decepcionou. Esperava muito mais atributos de boxeadora dona de faixa mundial importante. Esperemos para ver o que De La Hoya tem em mente para ela. Que não a coloque com a argentina Jessica Bopp (38-3).

Moscas – Ricardo “El Niño” Sandoval (23-2) W10 Victor “Chucky” Sandoval (37-4)

Excelente cotejo! Dois aguerridos lutadores que buscaram a vitória com tudo. Ricardo, então quinto da WBO, procurou mais e acabou com o braço erguido. Chucky fez da constante movimentação em torno do Niño e contragolpes as armas para complicar para o garoto da Golden Boy.

A decisão unânime saiu com: dois juízes deram 97-93 (o que marcou Ohata) e o terceiro 96-94 (que coincidiu com minha papeleta). Outra disputa de título mundial é o que espera Ricardo Sandoval. Não sei ainda com quem, mas De La Hoya mandará fazer.

Super moscas – John “Scrappy” Ramirez (13-0) TKO4 Ronal Batista (15-4)

Anunciada como eliminatória (outra!) pelo título WBA. Ramirez seria o segundo e Batista o sétimo da relação da entidade sediada no Panamá. Ora bolas, para quê eliminatórias se existe ranking? Não dá para entender. Ou melhor, dá. É outra forma de arrecadar taxas de homologação de títulos. Lamentável.

O combate teve duas etapas. Nos dois primeiros rounds Batista saiu das cargas e atingiu Ramirez. A partir do terceiro Scrappy acelerou e colocou golpes que revelaram uma certa fragilidade do panamenho. Ou será que Ramirez tem mãos de pedra? No quarto tempo foram dois knockdowns que decretaram o fim das escaramuças.