Maiúscula vitória de Jonhatan Cardoso nos EUA
Jorge Luiz Tourinho
17 de junho de 2023
Aconteceu num condado fronteiriço à importante cidade de Tampa no Estado da Flórida. Na noite de 14 de junho. Foi-nos trazida pela ProBox TV via Internet. Impressionante como se faz Boxe profissional na terra de Tio Sam. Um programa bem cuidado com transmissão de primeira pela WEB.
Foi o palco para uma apresentação de gala de Jonhatan "Maximus" Cardoso (16-1). Que evolução! Quem o viu na vitória sobre Pantoja cercando o Lourenço e perdendo os dois assaltos iniciais deve ter visto a evidente melhoria. Como gosta o meu ídolo Servílio de Oliveira, ele dominou, foi encurtando e metendo a mão com más intenções. Conseguiu um knockdown no primeiro tempo e o nocaute técnico no terceiro após fazer bambear o então invicto adversário.
Deve ser o ponto de partida para que, no Brasil, parem de pedir para que o lutador "economize energia para os rounds finais". Cardoso mostrou o que se tem que fazer. Intensidade e força. Para vencer os tempos e tentar abreviar a duração da luta. Já foi o resultado de seu trabalho com o treinador americano do qual não peguei o nome.
Óscar Álvarez Jr. (9-1), pelos comentários da TV, era o favorito ou aquele do qual se desejava mais atenção. Contudo, o jovem mexicano – tem apenas 19 anos – não foi páreo para a revelação do Brasil em 2021. Inclusive, me pareceu precipitada a sua colocação com um boxeador de melhor colocação no BoxRec, com mais experiência e que tem poder de punch.
O que assisti foi um verdadeiro trabalho de demolição que culminou com a acertada decisão do árbitro Michael De Jesus. Ainda ensaiou uma reclamação o perdedor, mas o TKO estava decretado. Pelo que consegui entender, sugeriram que houve um choque de cabeças involuntário. Com ou sem cabeçada não havia outro caminho a ser seguido pelo mediador. Não existe replay nem VAR. A lesão no supercílio direito foi considerada legal e ponto final. Não foi ela a razão da paralisação. Foi o castigo sem resposta e a guarda toda vazada recebendo bombas.
Fico imaginando a sessão de xingamentos nas redes sociais se fosse o brasileiro declarado perdedor com um choque de cabeças não considerado...
Parece que os manejadores aztecas pouco se importam com o adversário. Querem é fazer seus pupilos lutarem. Porém, repito, o indispensável site BoxRec não deixa ninguém mentir e é fonte de pesquisa para encontrar oponente no mesmo nível do seu atleta. O treinador de Álvarez é seu pai. O que é mais estranho. Óscar Jr. tem boa linha, mas ainda está em fase de crescimento físico e técnico. Ser jogado no ringue com uma fera como Jonhatan foi um erro.
Tomara que o paulista tenha equipe para ser programado com rivais do seu patamar. Que não seja levado como escada porque tem qualidades e uma coisa que falta a muitos pesos leves e super leves: pegada.
Essa foi a semifinal do evento. Mais dois combates foram transmitidos.
Super penas – Dominic Valle (6-0) TKO6 Carlos Rosario (6-2)
Domínio total do vencedor diante de alguém que foi sentindo os golpes e a intensidade da disputa. Já com a derrota assegurada Rosário se curvou ao receber golpes na cintura e o Sr. Christopher Young nem esperou o fim da contenda.
Penas – Saul Sanchez (19-2) TKO6 Franklin "El Abuelo" González (25-3)
Interessante confronto. O perdedor é venezuelano e todas as suas vitórias foram pela via do sono. Começou batendo doído, mas cansou e acabou sendo dominado.
O vencedor é americano e mostrou uma qualidade muito em voga depois do triunfo de Teofimo Lopez sobre Josj Taylor: aguenta pancada. Resistiu às bombas do Vovô e passou a dominar e castigar. Uma queda no quarto capítulo e mais três no sexto levaram ao nocaute técnico.
Ambos são bons boxeadores e fizeram uma luta muito boa.
Imagem: YouTube - Probox TV