Pro Boxe in the House
Jorge Luiz Tourinho
13 de dezembro de 2021
A tempestade me impediu de ir ao evento realizado na Escola de Samba União da Ilha do Governador, Rio de Janeiro, RJ. Agradeço ao dirigente do Conselho Nacional de Boxe, Mike Miranda Jr., o envio do link no qual pude assistir as cinco lutas entre profissionais. Apesar de algumas coisas que devem e podem melhorar, devemos exaltar a presença da empresa UGF Boxing Promotions no cenário pugilístico fluminense. Foi o primeiro programa e prometem outros!
Outra coisa a destacar foi a presença e atuação da Mamute Live Stream, empresa especializada em transmitir eventos ao vivo pela WEB. Não há mais desculpas para não se exibir os combates. Provavelmente, nos demais Estados devem se achar companhias desse tipo. Se a TV tem preconceito contra o boxe nacional, que se transmita via streaming.
Vamos as disputas. Perdoem-me pela franqueza nas análises.
Leves - João Gabriel Rocha (3-0) TKO8 Willames Silva (0-1)
Vitória categórica e inquestionável do Orgulho da Rocinha! Quase acabou manchada pelas incompreensíveis faltas marcadas pelo árbitro. Rocha dominou desde o início. Deu uma aula ao estreante Silva que se empenhou mas não está no mesmo nível do vencedor. Fugiu enquanto pode mas só ficou à frente no sétimo assalto com duas faltas malucas marcadas contra Gabriel.
O cotejo foi anunciado como válido pelo título estadual do RJ, apesar de Willames ser estreante. A verdade é que o "Monkey" Rocha é uma promessa que merece mais oportunidades para não ser atirado às feras. Talvez precise apertar mais para compensar a aparente pouca quantidade de dinamite nos punhos. Se o boxeador não derruba, que ponha mais intensidade, que atire mais golpes.
Rocha pesou 60,900 Kg e Silva 59,500 Kg. Creio ser positivo a Federação de Pugilismo do Estado do Rio de Janeiro (FPERJ) indicar que há necessidade de se levar breu para o caso do ringue estar ou ficar escorregadio.
Cruzadores - Márcio Soares (1-1) W4 Gabriel Lima (0-1)
Embora confusa, a luta deve o domínio amplo do vencedor. Ambos são novatos e têm muito a trabalhar nas suas academias. A começar pelo básico: movimentação e esquivas. Outra deficiência flagrante foi a falta de combustível. Lima estava extenuado e seus golpes a partir do terceiro tempo foram quase empurrões. Soares poderia abreviar a contenda se golpeasse mais o corpo. Quem sabe?
Por incrível que pareça a decisão foi dividida! As papeletas foram: 40-36 (dois juízes com os quais coincidi) e um inacreditável 38-39. Dessa forma, posso muito bem escrever que meu irmão Renato e eu poderemos voltar a ser juízes.
Médios - Thiago Ferreira da Silveira (1-0) W4 Leonardo de Vito Souza (0-1)
Foi a melhor luta da tarde porque foi a mais equilibrada. Os dois guerreiros tentaram com o que dispunham para triunfar. Da Silveira conectou os melhores golpes em três dos quatro rounds. Uma falta marcada pelo mediador Toni Santana por aplicação de cachação não influenciou a decisão majoritária. Ambos podem melhorar a condição física.
As marcações foram: 40-35, 38-38 e 39-35. Anotei 39-36 para o vibrante vencedor.
Meio-pesados - Luciano Falcão (3-0) TKO2 Alexandre Baptista (7-6)
O irmão do Estivan Tunny fez o combate ficar desequilibrado desde a campainha inicial. Sobrou. Aplicou uma coça descomunal. Baptista caiu no primeiro episódio no qual ainda houve uma estranha contagem protetora de pé. Estava sendo esbordoado no segundo quando o árbitro Eugênio dos Santos optou por acabar antes que Falcão o nocauteasse. Era um monólogo.
Falcão é outra promessa que está sendo bem conduzido pela equipe do Coliseu Boxe. Contudo, parece-me cedo para aceitar propostas para enfrentar boxeadores classificados em rankings continentais. Baptista sofreu outro KO. Talvez seja a hora de fazer um curso de treinador.
Pesados - Daniel Bowden (1-0) KO1 Erenaldo "Panda" Dias (0-2)
Cotejo paupérrimo em técnica e em movimentação. Bowden, apresentado como norte americano, é grande, forte e lento. Isso não foi obstáculo para que encurralasse um oponente que não soube se defender nem fugir da pressão. Ambos estão começando e precisam melhorar muito para seguir nessa dura profissão.
A vitória foi facílima. O vencedor encurtou e meteu as mãos com vontade. Sem nenhum recurso de defesa, o Panda só teve o rumo da lona. Por três vezes. Na última não se levantou. Os pesos: Bowden 105,300 e Dias 126,600 Kg.