Sebastian Fundora manteve seus títulos

24/03/2025

Jorge Luiz Tourinho
24 de Março de 2025

Imagem: Premier Boxing Champions

Foi com extrema facilidade que o campeão dos médios ligeiros do WBC e da WBO manteve seus cinturões na noite de 22 de março, sábado. Soube como usar sua gigantesca envergadura para dominar de forma categórica e insofismável o desafiante que foi colocado à sua frente.

O radicado na Califórnia, EUA, deu uma verdadeira aula de como usar seu maior tamanho e como cercar uma presa. O combate foi rápido e não muito intenso. Três assaltos vencidos claramente por Fundora (agora 22-1-1). Todos por 10-9 com o mesmíssimo script. Mão direita à frente, ele é canhoto, usando e abusando dos jabs e castigando um atônito rival com a esquerda na cabeça e no corpo. Quando Chordale Booker (foi para 23-2) fugia para a sua esquerda (para a direita de Sebastian) recebia ganchos de direita.

No quarto capítulo, combinação que terminou com uma direita no frontal produziu um knockdown. Meio trôpego, o aspirante nos mostrou que não iria longe. Novo castigo e o árbitro Thomas Taylor resolveu encerrar com o TKO4. Talvez pudesse deixar seguir um pouco mais, quem sabe? É uma candidata a pior luta por título mundial desse ano!

Do desafiante pouco temos a escrever. Mostrou-se sem estratégia, sem tática, sem velocidade de movimentação e sem atitude de quem quer sair com as faixas. É possível que tenha aparecido no top-15 em ambos os rankings por ter vencido um desses cintos americanos, o ligado ao WBC. Ou talvez seja manejado por outro influente empresário. O fato é que decepcionou a todos.

É possível que os empresários do vencedor estejam pensando em programá-lo com o bom Jesús Ramos Jr (23-1) que triunfou numa das preliminares.

O evento do PBC, levado na Michelob Ultra Arena em Las Vegas, teve a parceria de Tom Brown e Sampson Lewkowicz. Foi um dos mais fracos que a ESPN exibiu em 2025. Uma das preliminares da qual se sabia quem teria a mão levantada e uma outra que acabou com uma decisão dividida e controversa.

Vamos a elas.

Médios – Elijah Garcia (17-1) W10 Terrell Gaucha (24-5-1).
Cotejo equilibrado e competitivo no qual predominaram a intensidade e a iniciativa impostas por Garcia e a inteligência e precisão nos contragolpes por parte de Gaucha. Perdi os três primeiros tempos, por isso não tenho como pontuar. Pelos sete rounds que assisti, pareceu-me ter vencido Terrell. Foi a mesma impressão que teve o comentarista Servílio de Oliveira.

Os escores foram: 94-95, 95-94 e 96-93. Algumas poucas vaias, mas ninguém xingou os oficiais de ladrões nem pediram ao Conselho revisão do resultado.

A semifinal apresentou um ranqueado nas listas das Quatro Grandes e um boxeador argentino que aceitou o desafio na ilusão que poderia vencer com uma bomba.

Médios-ligeiros – Jesús Ramos Jr (23-1) TKO7 Guido Schramm (16-4-2).
Repito: o indispensável site Boxrec não nos deixa ser enganados. Estava mais do que evidente que Ramos só perderia se houvesse a zebra do ano. A posição de ambos nesse mesmo local mostrava isso.

Assistimos um combate sem muita movimentação. Como se o americano estivesse "cozinhando o galo" não sei porquê. Pouca intensidade para quem espera a chance de título universal. Seis assaltos vencidos por 10-9, claramente. Somente no sétimo, conectou uma saraivada no valente adversário que se pendurou nas cordas. A queda foi marcada e, depois dos oito segundos, o mediador Mark Nelson parou com as escaramuças.

Schramm é um boxeador para consumo na América do Sul. Não acredito que Sampson o programe nos EUA para alavancar sua carreira. Não é sempre que um cruzado de direita sem preparação leva ao triunfo. Enfim…

Nesse mesmo sábado houve uma programação no Clube Cassasp em Santana, SP. Alguém sabe os resultados?