Zurdo Ramírez se acerca de título mundial dos cruzadores

18 de outubro de 2023

Uma vitória clara e incontestável colocou o mexicano Gilberto Ramírez (45-1) como desafiante obrigatório da WBA. Mais do que isso, para alguns é o melhor cruzador da atualidade. O triunfo unânime e por larga margem de pontos escondeu a dificuldade que lhe foi imposta pelo bravo e duro oponente, Joe Smith Jr (28-5).

Foi um pouco estranho ver dois boxeadores que vinham de derrota disputar outra eliminatória. Já está mais do que claro que os promotores mandam e desmandam nos organismos reitores. O fato é que o Zurdo poderá fazer história sendo o primeiro azteca a conquistar o cinturão dos cruzadores.

Fez-lhe muito bem a subida de divisão. Tradicionalmente, a categoria dos 90,71 Kg é o local para os melhores atletas dela se prepararem para ganhar massa e músculos e partir para a mais badalada, a dos pesos pesados. Além disso, Ramírez se livrou da competência categorizada que existe entre os meio-pesados. Vide sua decepcionante atuação frente a Dmitry Bivol (21-0) em 5 de novembro do ano passado.

É esperado que os executivos da empresa Zurdo Boxing que maneja a carreira do mexicano entrem em contato com os apoderados do francês que vive nos Estados Unidos, Arsen Goulamirian (27-0), o campeão da WBA. A estatura, a envergadura e a excelente defesa exibida diante de Smith Jr me fazem considerar um leve favoritismo para o nascido em Sinaloa. Contudo, o europeu vem de país com cultura de Savate e, mesmo sem ter adversários renomados vencidos no cartel, poderá fazer da velocidade e movimentação os caminhos para vencer. Imitando Bivol.

O combate realizado no dia 7 de outubro em Las Vegas, EUA, acabou com os três juízes marcando 99-91. Discordamos de Tim Cheatham, David Sutherland e Steve Weisfeld. O extraordinário comentarista da ESPN, Eduardo Ohata, anotou 96-94 e eu 97-93.

As preliminares do evento da Golden Boy transmitido pela DAZN (no Brasil, pela ESPN) foram decepcionantes.

Tudor era o lutador do De La Hoya, mas não soube se desvencilhar da pressão e da intensidade propinadas pelo surpreendente vencedor. Para quem apostava que Eric chegaria rapidamente a algum cinto importante veio a decepção.

A decisão unânime veio com: Tim Cheatham 78-74 e Max DeLuca e Chris Flores 77-75 (foi o que marcamos Ohata e eu).

Talvez tenha sido uma piada de mau gosto. Campa é um vencedor de perdedores de quarta categoria. Fulghum vem de excelente carreira no amadorismo e tem muito boa linha. Todas as suas lutas acabaram antes do tempo. Seria Campa o boxeador para testá-lo? Claro que não!

De qualquer jeito, fiquemos de olho nesse bom valor da Golden Boy.

Triunfo fácil, embora um pouco demorado, do pupilo de Joel Diaz. Fox é apenas sombra daquele boxeador que disputou título mundial dos super médios algum dia. Melikuziev vai sendo programado com rivais de menor calibre para ser guindado a faixa importante.